sexta-feira, 5 de novembro de 2010

✩ 35 anos para ser feliz ✩

A maioria das pessoas, quando são questionadas sobre o assunto, dizem:
     "Não existe felicidade, existem apenas momentos felizes".
É o que eu pensava quando habitava a caverna dos 17 anos, para onde não voltaria nem puxada pelos cabelos. Era angústia, solidão, impasses e incertezas pra tudo quanto era lado, minimizados por um garden party de vez em quando, um campeonato de tênis, um feriadão em Garopaba. Os tais momentos felizes.


Adolescente é buzinado dia e noite: tem que estudar para o vestibular, aprender inglês, usar camisinha, dizer não às drogas, não beber quando dirigir, dar satisfação aos pais, ler livros que não quer e administrar dezenas de paixões fulminantes e rompimentos. Não tem grana para ter o próprio canto, costuma deprimir-se de segunda a sexta e só se diverte aos sábados, em locais onde sempre tem fila. É o apocalipse. Felicidade, onde está você? Aqui, na casa dos 30 e sua vizinhança.



Está certo que surgem umas ruguinhas, umas mechas brancas e a barriga salienta-se, mas é um preço justo para o que se ganha em troca.



Pense bem: depois dos 30, você paga do próprio bolso o que come e o que veste. Vira-se no inglês, no francês, no italiano e no iídiche, e aide quem rir do seu sotaque. Não tenta mais o suicídio quando um amor não dá certo, enjoou do cheiro da maconha, apaixonou-se por literatura, trocou sua mochila por uma Samsonite e não precisa da autorização de ninguém para assistir ao canal da Playboy. Talvez não tenha se tornado o bam-bam-bam que sonhou um dia, mas reconhece o rosto que vê no espelho, sabe de quem se trata e simpatiza com o cara.



Depois que cumprimos as missões impostas no berço — ter uma profissão, casar e procriar — passamos a ser livres, a escrever nossa própria história, a valorizar nossas qualidades e ter um certo carinho por nossos defeitos. Somos os titulares de nossas decisões. A juventude faz bem para a pele, mas nunca salvou ninguém de ser careta. A maturidade, sim, permite uma certa loucura. Depois dos 35, conforme descobriram os participantes daquele congresso curioso, estamos mais aptos a dizer que infelicidade não existe, o que existe são momentos infelizes. Sai bem mais em conta.

Martha Medeiros


Ps.
Eu resolvi postar esse escrito porque me interessou muito,
adolecente tem mania de se achar muito preocupado
pelo fato de ser "super questionado" o tempo todo.
Se é errado? não.
Mas, a forma que se é aplicada, é que está errada.

Aqueles que chamam a atenção, percebem que já foram questionados também? já estiveram loucos com o vestibular, as aulas de inglês, a natação, as responsabilidades, as tarefas, ter que cuidar do parente, aqueles amores que você acha que é para vida toda, sem nem se dar conta de a vida "vida toda" ainda nem deu um arranque naquele ponto de partida.
Então, "Eu sendo uma garota habitante da caverna dos 18 anos" sei que a todo tempo há muitas desculpas, a muitas cobranças, a uma variedade imansa de rigidez e muita falta de diálogo. Não há só Filhos achando que Pais não entendem. Também há muitos Pais achando que seus Filhos não querem ouvir. 
Enfim, é muita dedução, pura dedução e falta de vontade de um entender o outro. A coisa mais perceptivel nas ruas é ver a garotada conversando MUITO sobre MUITAS coisas cada um com seu grupo de amizades, quando o que deveria ser naturalmente perceptivel é seria Pais e Filhos sendo amigos, conversando como em um grupo de amizades sobre MUITAS coisas, seria a base do começo de algum entendimento.
Eu sei que não trocaria meus 18 por 30 mesmo concordando com a
Martha que a vida parece bem melhor no seu belo argumento, faria sim, algumas boas viajens aos meus 5, espero realmente fazer proveito desses 18 que já estão indo, cheios de responsabilidades, desculpas, alguns atrasos, muito estudo, várias primeiras, muitas segundas numéricas vezes e sim felicidade.

4 comentários:

  1. Acho que felicidade é algo muito relativo. O que não devemos fazer é esperar que ela venha por si mesma.

    http://terza-rima.blogspot.com/

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  2. Comentando o comentário (ou seja, pitaco!): Penso que não devemos inventar coisa onde não tem, mas aceitar o que está e simplesmente é, e o que é, às vezes não tem nome. Disso se faz um sentimento bom e grande o bastante...E se quiser pode chamar isso de felicidade.Mesmo que esse tempo dure pouco, e isto é o que acho relativo.
    Beijo Fernández...


    Comentando a postagem(que é a proposta dos comentário: Adorei o texto da Martha e amei sua conclusão. Ai que o mundo seria mais tranqüilo se superássemos esse complexo de gente velha na alma de problematizar tudo... Ainda bem que eu sou criança!
    :)
    Beijo pro'cê Naninha.

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  3. Fernandez a palavra VIDA tem um significado diferente nos coração de cada um. Há pessoas que vivem só por dinheiro, o olhar é compulsivo/ansioso. Para mim FELICIDADE é como a VIDA tem significado diferente para cada um.
    :)
    obrigada por sempre comentar minhas idéias :D

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  4. Thaís Nogueira também adorei o texto da Martha porque ele me chamou muito a atenção pela forma na qual ela fala de como se sentia e o modo que ela vai desenrolando a vida dela no texto.
    Eu senti que é como me sinto, como quero me sentir daqui a alguns anos também. Mostra como cada momento é rico e único, não dá para voltar "/

    Thata seremos eternamente crianças!
    Um beijão para vc tb minha flor <3

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